domingo, 23 de março de 2014

Porquê?

A coordenação do Mestrado em Ensino de Informática da UCP, que vai na sua 4ª edição, e que prepara professores para o grupo 550 do 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, tem-me levado a conhecer com algum detalhe o estado do ensino das nossas gerações futuras, nomeadamente, mas não só, nas áreas da Informática e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que aliás amiúde por cá se confundem.
Em Portugal, e um pouco por todo o mundo, temos de o admitir, o desenvolvimento das TIC e a massificação do ensino, levou à chegada às Escolas de professores com formações improvisadas, deslumbrados com as "tecnologias" mais banais, que se apropriaram do ensino das TIC, com programas completamente desadequados, criados por quem não sabia, por ministérios que reduziram as suas "políticas" aos "planos tecnológicos" e a "semear" Magalhães e quadros interactivos pelas escolas, em negócios de milhões, que causaram mais prejuíxos que verdadeiros progressos no nosso sistema de ensino.
Em Julho de 2012, mesmo em cima do início do ano lectivo 2012/13, o Ministério da Educação e Ciências apresentou as Metas Curriculares de Tecnologias de Informação e Comunicação do Ensino Básico - 3.º Ciclo, o primeiro sinal de que algo poderia vir a mudar no ensino das TIC no nosso País. Sem pré-avisos, sem formação adequada dos professores, sem objectivos estratégicos de todos conhecidos, num cenário no fundo mais que habitual.
Entretanto, enquanto por cá se esbracejava e improvisava, lá fora, Países com mais cuidado com as suas gerações futuras, iam estudando, nas universidades, nas associações de professores, nas escolas, quais as verdadeiras necessidades de formação dos jovens nativos digitais, com ritmos, com treino, com competências mentais completamente diferentes das dos professores que penosamente lhes tentavam ensinar, como melhor (não) sabiam, a arquitectura dos computadores, Word, Excel, Power Point, enquanto desprezavam outras ferramentas, como o Moodle, que essa sim, poderia fazer a diferença entre uma escola dos ditados, dos sumários, dos materiais obsoletos, dos resumos, e uma escola em que os professores sabem usar o Moodle ou outro Learning Management System (LMS) para partilhar e melhorar continuamente os seus materiais e para criar actividades motivadoras para os seus alunos, ao mesmo tempo que valorizam a sua própria actividade no dia a dia.
Estamos a falar de pensamento computacional.
É este o nosso ponto de partida.

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